terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Noite na Lapa = Choque Cultural

Aproveitamos a noite de sexta feira para conhecermos a famosa noite da Lapa. O que era pra ser uma noite divertida foi muito mais do que isso. Acabamos nos surpreendendo com a cultura local de uma forma muito positiva. Fomos a uma festa de hip hop onde haviam pessoas tanto da zona sul como da periferia. O que encontramos foram pessoas muito educadas e algumas delas tentaram até mesmo nos ensinar passos de dança. O clima era de paz e respeito e as diversidades em nenhum momento foram vistas de maneira preconceituosa. Esta vivência foi muito enriquecedora nos mostrando o quão importante são as vivências que passamos.

UPA Manguinhos e InfoSaúde: 21-01-11




A turma se dividiu em duas partes neste dia. A maior parte da turma se dirigiu a Fiocruz para uma atividade do InfoSaúde. Apenas uns 5 ou 6 alunos foram novamente para Manguinhos, mas dessa vez, conhecer a Clínica da Família Victor Valla, anexada junto a UPA. Eu estava entre estes poucos alunos que foram conhecer a Clínica. Em termos de estrutura, esta é semelhante a UPA e os serviços padronizados como os da Clínica Fernando Dohmann, embora não possua Academia Carioca. Também conhecemos o conjunto habitacional localizado na parte externa do terreno. Os moradores que lá vivem antes moravam em condições desumanas, tendo então direito a este novo lar, também obra do PAC. A inauguração do local é recente, ainda assim, já há partes já mal cuidadas e com mal cheiro. 



Na parte da tarde fomos até a Fiocruz dar continuidade a atividade do InfoSaúde. Como chegamos depois, acabei ficando sem computador, tendo dificuldades de acompanhar a aula. ANesta atividade foram nos dado dicas de procura de artigos e sites no qual podemos pesquisa-los sobre os mais diversos temas.

Visita a UPA de Manguinhos: 20-01-11

Nesta quinta-feira fomos até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Manguinhos e passamos a nos hospedar na região central do Rio, saindo assim da zona oeste. A experiência foi muito interessante para mim, pois esta UPA se localiza em um local arriscado do Rio de Janeiro, ao lado de uma favela que reuni diversos problemas relacionados a violência. É uma realidade da qual não estou acostumada e estar inserida dentro de um "outro mundo" foi sensacional. Parte do grupo que chega até a UPA são usuários de crack (a crackolândia fica próxima do local), inclusive, crianças. A realidade acaba se tornando uma provocação aos estudantes que se sentem instigados a mudar estas situações. De janeiro à novembro de 2010 a UPA atendeu 83.946 pacientes. Destaco entre estes números os 3.209 atendimentos de serviço social, tão necessário para uma comunidade que possui os problemas que Manguinhos apresenta.
Nesta UPA há uma ouvidoria interna que se preocupa em ouvir a comunidade, aceitando sugestões, reclamações e elogios. Além disso, há uma pesquisa que visa saber sobre a satisfação do cliente em relação ao seu atendimento no local. Este espaço é fundamental para que a UPA se ajuste conforme as necessidades dos usuários proporcionando um atendimento cada vez melhor e de acordo com os usuários. Conhecemos todos os espaços do local, que possui ambientes agradáveis, refrigerados e limpos, semelhante a Clínica Hans Jurgen Fernando Dohmann. Além da UPA conhecemos também uma biblioteca, obra do PAC, que fica na parte externa no terreno. Além de uma grande variedade de livros, a biblioteca possui computadores com internet para a comunidade, oficina de desenho, de fotografia e abriga importantes projetos sociais. É importante ter um espaço semelhante a este ao lado da favela, pois através desta assistência é possível educar e dar chances aos jovens que poderiam escolher os caminhos do crime por falta de oportunidade. O choque de realidades está sendo muito importante para a construção de nossas ideias e saberes.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Palestra sobre hanseníase: 19-01-11

Na parte da tarde nos dirigimos ao posto de saúde de Pedra de Guaratiba, para assistirmos uma palestra sobre hanseníase. A princípio, pensei que seria apenas mais uma palestra como outra qualquer, mas o fato de contar com a participaçãpo de um usuário tornou a palestra muito mais interessante. Pude questionar diretamente ao usuário sobre questões importantes, como por exemplo, o que ela achou do funcionamento do SUS. Durante a nossa conversa o preconceito apareceu como importante ponto, pois a mesma nos relatou que por conta de sua doença perdeu até mesmo seu emprego, não recebendo nenhum benefício posterior. A paciente sofreu muito com os sintomas da doença, tendo seu rosto deformado e perda da sensibilidade da córnea. Porém, o relato que mais me chamou atenção foi ouvir dela que o SUS trabalhou de forma positiva no auxílio de sua doença. Entretanto, o diagnóstico de Mal de Hansen só veio 8 meses depois de procurar  ajuda no Pronto Atendimento. O trabalho exercido pelo Posto pode ter sido realmente bom, conforme relato da paciente. Mas o SUS abrange todo o tipo de atendimento e deveria portanto focar em todas as esferas. De que adianta o posto realizar um bom atendimento e fornecer gratuitamente os remédios, se ainda existem áreas precárias com profissionais incapazes de diagnosticar uma doença como a hanseníase? A palestrante, formada em enfermagem, no dia da palestra por exemplo, trabalharia cerca de13 horas. Como exigir qualidade de um profissional que possui uma carga horária desproporcional? O Sistema de Saúde é delicado e necessita de um grande trabalho para funcionar de maneira eficaz. Ver estas situações na prática nos fazem refletir de como a saúde funciona e como deveria funcionar, nos provocando instigando a continuarmos a nos aprofundar nestas questões tão complexas. Este foi certamente mais um dia muito produtivo aonde vivênciamos a realidade do nosso sistema de saúde.

2º Visita a Clínica Fernando Dohmann 19-01-11

Na parte da manhã visitamos novamente a Clínica da Família Hans Jergen Fernando Dohmann com o intuito de utilizarmos o conhecimento obtido no dia anterior e realizarmos uma filmagem para nosso documentário. Meu grupo ficou responsável pela saúde da mulher. Gravamos parte de uma consulta, na qual a profissional de saúde fazia uma entrevista com a sua paciente. Infelizmente, não achamos mais pessoas a espera deste serviço. Ainda assim, procuramos conhecer um pouco mais sobre os usuários que estavam pelo local aguardando qualquer outro tipo de serviço. Foi assim que conheci uma usuária, Gisele, que fez questão de expor sua experiência e opinião no vídeo. Ela relatou que não era moradora da área de abrangencia da clínica e estava lá por ter sido encaminhada. De acordo com a mesma, o local no qual residia, Vilá Carioca, estava com a saúde abandonada, sem profissionais e sem nenhum tipo de recurso para atender a população, tendo que portanto, se deslocar até a clínica, que fica a uma grande distancia de sua residência. Fica então a dúvida: quem não tem condições de pegar um ônibus e se deslocar até um bairro distante, fica então sem acesso a saúde? Outro ponto importante que foi comentado foi que, de fato, a clínica possui uma estrutura muito boa e os serviços igualmente bons. Mas esta se situa em uma praia poluída, suja e sem saneamento adequado. Com isto podemos refletir o quão ampla e complexa é a questão da saúde. Uma clínica com estrutura e atendimento exemplar ainda não é suficiente para proporcionar a qualidade de vida que deveria ser dada a população. A conversa fluiu de maneira muito boa me agregou muito. Ouvir um usuário desta forma passa importantes aprendizados e nos faz ter um olhar mais próximo da realidade. É muito bom vermos que a saúde parece estar melhorando, disponibilizando para a população locais de mais qualidade para atendimento, mas ainda há muita coisa pra ser feita, pois não é toda a população que tem acesso a clínicas de qualidade como a Hans Jergen  Fernando Dohmann. Essa qualidade de atendimento atinge apenas uma fatia da população. É com certeza, um começo positivo, mas vale lembrar que ainda não é o suficiente e não devemos nos contentar enquanto todos nao tiverem um atendimento de qualidade como é legalemnte o direito da população.

Oficina de Vídeo: 18-01-11

Neste segundo dia de Ver-SUS, fomos até a Fiocruz para participarmos de uma oficina de vídeo junto com os profissionais Sérgio Brito, Neide Diniz e Pauliran Freitas. Foram nos passadas diversas dicas para a realização de um documentário. A Fiocruz disponibilizou aos discentes cerca de 12 camêras filmadoras para registrarmos os acontecimentos que julgamos pertinentes e em cima destes registros, montar um documento que mostre um pouco mais sobre o projeto Ver-SUS. O manuseio da câmera foi nos passado assim como um exercício de uma entrevista, usando como "cobaia" o professor Alcindo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Primeiro dia de Ver-SUS

No nosso primeiro dia de Ver-SUS visitamos a Clínica da Família Hans Jurgen Fernando Dohmann, situada na zona oeste do Rio de Janeiro. Logo na chegada, nos surpreendemos positivamente com o local. A Clínica possui uma estrutura moderna, diferente e muito confortável. Todas as salas possuem refrigeração e equipamentos modernos.



Entretando, o que mais me chamou a atenção foi a Academia Carioca. Conhecemos-a primeiramente na teoria, onde nos foi apresentado o funcionamento e o objetivo do programa. Desde de já me interessei, pois trata de uma academia situada em vários pontos do Rio de Janeiro, no qual os participantes se exercitam sempre com o acompanhamento de um profissional. O programa é aberto a toda comunidade, mas principalmente destinado a pessoas com sobrepeso, hipertensos e diabéticos. Em dezembro de 2010 o programa já contava com cerca de 3600 participantes, sempre apresentando uma significativa porcentagem de melhora entre estes.O que me chamou atenção foi a colocação desta academia dentro de uma Clínica, rompendo a imagem de um local onde o foco são as doenças. Ao invés disso, o espaço se torna um local que busca a saúde. Logo que nos foi apresentado as atividades propostas pela Academia Carioca, achei o programa de extrema importância. Mas o que realmente me fez "encantar" foi participar dele, vê-lo na prática! Mesmo com um calor de aproximadamente 40ºC, parte da turma se aventurou a seguir junto da turma em uma aula da academia. Os alunos, em sua maioria, eram idosos. Vê-los felizes e satisfeitos em terem a chance de praticar exercícios foi indescritível. Ouvir seus relatos de como a Academia Carioca os ajudavam, não apenas em sua saúde, mas em toda a sua vida, nos passou coisas que uma aula teórica jamais seria capaz de conseguir. Em conversa com um dos participantes do programa, este mesmo me relatou que tinha câncer. Ao perguntar como a Academia Carioca melhorava sua saúde, este senhor me respondeu que a Academia o fazia sentir mais vivo. Outra senhora me afirmou que não tinha nenhum problema de saúde, mas fazia questão de ir a academia para se sentir melhor. Comentou até de sua própria filha que com 30 anos não saía de casa para nenhum tipo de exercício e se encontrava depressiva, enquanto ela com seus 60 e poucos anos, esbanjava saúde e felicidade. Enfim, em nosso primeiro dia de Ver-SUS já começamos a sentir o significado de VIVÊNCIA. O dia terminou com a sensação de total proveito, aumentando ainda mais minhas expectativas pelos dias que estão pela frente.