quinta-feira, 28 de julho de 2011

Consórcio Intermunicipal de Saúde - O que é isso?

Considero este foi um dos momentos mais interessantes do VER-SUS Lages: a visita ao Consórcio Intermunicipal de Saúde. Mas por que? A começar que eu não sabia do que se tratavam os consórcios. Ali, nos foi apresentado a eles como uma forma de auxiliar na organização do sistema, oferencendo consultas a um baixo valor: R$ 20,00. Há diversos profissionais atuanto nos consórcios: psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, entre outros muitos. Há até mesmo acunpuntura e terapia ocupacional! Algumas pessoas se mostram contra os consórcios pois acreditam ser o início de uma privatização na área da saúde. Eu partircularmente, não tive esta sensação. Entretanto gostaria muito de aprofundar neste assunto e opuvir os dois lados, para aí então, definir uma posição.

Sobre a UNIPLAC e educação...

A semana foi de intensas visitas a Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC). As experiências vividas lá me fizeram refletir bastante sobre educação e a forma como esta se da dentro da Universidade.
Falando um pouco sobre o método adotado na UNIPLAC, achei super interessante ver uma Universidade que lida com a educação de uma forma diferente das demais. Digo isso porque ao meu ver, me pareceu que a educação é tratada de forma mais flexível e multidisciplinar dentro da instituição. O aluno aparece como uma figura ativa, aumentando a articulação entre docentes e discentes. Relacionei estas falas diretamente ao curso da Saúde Coletiva, onde o conceito de educação aparece de forma similar.
Os cursos de saúde que mais me chamaram a atenção foram os cursos de odontologia e medicina. Odonto pela proposta de preparar profissionais preparados para atuar no SUS, tendo um olhar mais amplo no processo saúde/doença. O que costumamos esperar das graduações de odontologia é justamente o contrário: profissionais preparados para trabalharem de forma isolada, em seus próprios consultórios particulares.
O curso de medicina também me chamou atenção pelo trabalho em tutorias, o que foi uma grande novidade. Trabalhar em cima de situações problema me pareceu preparar melhor o graduando para a vida real e as situações que os espera, indo muito mais além das questões fisiologicas. O contato com a comunidade se da logo no primeiro semestre a fim de tornar este futuro profissional apto para lidar com o coletivo e não somente com o individual.

CRAS - Terapia em grupo

Um dos momentos que destaco deste VER-SUS foi a ida ao CRAS. Lamente sido um encontro tão rápido, mas sem dúvida foi muito bom! No começo os participantes cantavam uma música para "aquecer os corações". Acho que é um bom modo de ajudar a desinibir os participantes, que podem se sentir certa dificuldade de falar em público, especialmente naquele dia em que haviam expectadores
Nesta terapia o usuário tem a chance de expor seu problema. Simplesmente ser ouvido. O problema que mais me chamou atenção foi de uma usuária que estava sofrendo por conta da agressividade do marido., que aliás, foi a situação em que a maioria da roda se identificou - ou seja - alguma situação na família que colocasse aquela pessoa em seu limite, trazendo sofrimento e esgotamento. Fico imaginando o quão esta terapia deve ser importante para estas pessoas, que muitas vezes não tem com quem compartilhar estas aflições.
Enfim, os pontos que mais me chamaram a atenção foram os seguintes:
* "Deus" foi citado com muita frequencia: "Se Deus quiser", "graças a Deus", "confio em Deus"...
Será mesmo então, que o médico é a grande figura central destas pessoas. Bom, eu acredito que não (contrariando a opinião de muitos). Ao meu ver, a doença é muito mais complexa e não tão sistemática.Isso reforça ainda mais a importância de locais como o CRAS que buscam dar apoio e força a essas famílias.
* Aparticipação de somente UM homem. Porque as mulheres costumam participar mais destas iniciativas assim como, são elAs que cuidam mais atenciosamente de sua saúde. Esta questão já foi muito discutida em sala de aula, porém ainda não vejo grandes soluções de forma a mudar este quadro.


O contato com o usuário para mim, é sempre a parte que mais gosto. Sentir seus dramas e suas dificuldades me instigam a procurar respostas para as perguntas quesurgem em meio a estas experiências.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Tutoria...

Um assunto muito comentado na semana Ver-SUS Lages, foi o método utilizado no ensino do curso de medicina: a tutoria. Na Saúde Coletiva também temos uma tutoria, mas embora o nome seja o mesmo, estas tutorias se diferem muito. A tutoria proposta pela UNIPLAC consiste no ensino através de situações problema, na qual o aluno participa de forma muito mais ativa do que vemos nos métodos convencionais.
Eu achei este método muito bom. Vai muito além da tão vista "decoreba" e propõe um pensamento mais dinâmico e ´participativo. Realmente, ensina o aluno a pensar.
Porém, foi em uma destas "conversas de bar" (na verdade, em uma das nossas jantas) que surgiu um ponto no qual fiquei refletindo: será que este é o método ideal para o ensino de matérias como a anatomia? Digo isso pois de acordo com a experiência dos colegas que possuem esta disciplina (assim como fisiologia entre outras do gênero) na grade curricular, se mostraram um tanto descrente com este método em relação a estes ensinos. Como no curso da Saúde Coletiva não temos este tipo de matéria, não sei ao certo a melhor forma de estudar estas disciplinas. Na realidade alguns podem preferir a forma tradicional, outros, não trocariam esta forma de aprendizagem. Mas com certeza este é apenas o início de uma longa discussão...

Conhecendo a UNIPLAC

Logo no começo de nossas atividades, conhecemos a UNIPLAC - Universidade do Planalto Catarinense.Particularmente, eu nunca havia ouvido falar, sendo então, todas informações uma novidade. A que mais me chamou atenção foi o fato de ser uma Universidade Comunitária. O que é isso afinal? Bom, o valor das mensalidades é menor do que as particulares, dando um "ar" de Universidade privada. Porém, ela é pública, embpora não seja estatal. O que difere de uma particular é que a universidade não possui fins lucrativos.
Em meio a apresentação dos cursos, fiquei instigada com o curso de "terapia ocupacional". Embora o curso não esteja mais em exercício, achei uma proposta curiosa e inovadora. Pelo que me pareceu, o curso está fechado devido a ausência de procura. Acho a terapia ocupacional de extrema importância, porém, me parece não ser reconhecida da forma com que deveria.
Enfim, a palavra que penso quando lembro das propostas da UNIPLAC é: inovação. A começar pela própria Universidade ser comunitária. A estrutura e os métodos dos cursos também são inovadores. Mais comentários sobre estes, nas próximas postagens!!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Chegada em Lages

Após cerca de 6 horas de viagem, chegamos em Lages! A viagem foi tranquila e passou rapidamente. 
Logo que chegamos, por volta das 7 e 30 da noite, fomos recepcionados com uma janta a base de muita sopa. Após a refeição contamos com uma apresentação de artistas locais, que alegraram nossa noite. Também tivemos uma breve fala com o reitor da UNIPLAC que nos contou um pouco sobre a cidade, sua economia, suas tradições, sua origem, etc.
Fomos então liberados para nosso descanso, uma vez que passamos o dia viajando e que teremos que estar bem descansados para o dia de amanhã! 

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Ver-SUS Lages: aí vamos nós!

Depois de amanhã estou indo para Lages, participar do meu segundo Ver-SUS. Desta vez, a organização se deu pela professora Izabella, a quem eu desde já, agradeço pela oportunidade de participar novamente deste projeto que só me fez crescer.
Desta vez, o calor intenso do Rio de Janeiro existirá somente na lembrança! Por ser na região serrana de Santa Catarina, pode-se dizer que Lages é uma cidade com temperatura baixa. Nesta época do ano, BEM mais baixa.
Independente do clima, espero aproveitarmos muito a semana que estaremos lá. Então...que venha Lages!!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Reflexão sobre o Ver-SUS

O Ver-SUS chega ao fim deixando fortes marcas em mim, e acredito que em todo o grupo também. Tudo que vivemos foi maravilhoso, intenso e muito agregador. Sai do Rio de Janeiro com outro olhar voltado para a saúdee cada vez mais provocada a desbravar as falhas e as qualidades de nosso sistema. O contato com a população me fez não só ver a saúde, mas senti-la. Além de todo o aprendizado, levo comigo o forte sentimento de união que foi construído em nosso grupo, passando por momentos tanto exaustivos quanto prazerosos, fazendo crescer o sentimento da amizade. Aprendemos e acredito que ensinamos uns aos outros com nossas experiências e nossa convivência. Agradeço muito a oportunidade que me foi dada de participar deste projeto. Acredito que todos os alunos da Saúde Coletiva deveriam ter esta mesma oportunidade pois a experiência adquirida é de grande riqueza. Agradeço aos colegas que fizeram destas duas semanas inesquecíveis, sabendo rir nas horas mais difíceis. Com certeza levarei esta grande experiência não apenas na memória, mas também no coração.

Último Dia de Ver-SUS - 29/01/11

Finalmente chegamos no nosso último dia de Ver-SUS. Visitamos a Clínica da Família Olímpia Esteves e participamos da inauguração do observatório. Presenciamos a união dos funcionários nesta construção com belas homenagens e até mesmo com dança. 




Esta clínica se situa na zona oeste, próximo a primeira clínica que visitamos. O espaço segue os mesmos excelentes padrões das demais. A área é realmente muito quente e sendo totalmente necessário o investimento em refrigeração e outros meios de amenizar o calor.

Epi Info: 27 e 28/01/11

Na quinta e na sexta feira da nossa última semana no Rio de Janeiro, tivemos uma aula sobre Epi Info, na Prefeitura do Rio de Janeiro. Nos dividimos em duplas para usarmos os computadores do local e acompanharmos as explicações do professor Márcio Garcia. O Epi Info trata-se de um software voltado para a área de epidemiologia, uma área de grande importância na Saúde Coletiva. Neste software temos acesso a bancos de dados, georreferenciamento, propiciando o gerenciamento e análise destes dados. Sem dúvida o Epi Info é uma importante ferramenta, mas acredito que não somente eu, como também o restante da turma, não conseguiu tirar o máximo de proveito da atividade devido ao grande cansaço que já nos abate, afinal, são poucas horas de sono e atividades bastante intensas.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

UPA Rocinha + VD: 26/01/11

Este foi, sem dúvida, o melhor dia que tive em toda a viagem. O dia que mais aprendi, que mais senti, que mais vivenciei. A princípio achei que seria um dia tão produtivo e interessante como os outros anteriores, mas certamente minhas expectativas foram superadas de forma muito positiva. Fomos novamente até a Rocinha, vendo mais uma vez que o Rio de Janeiro é a cidade dos contrastes, saindo de bairros luxuosos e entrando diretamente na favela. Fomos até a sala de reunião do CAPS e conversamos sobre os trabalhos da Clínica da Família (anexada junto ao CAPS), sobre a importância da multidisciplinaridade, sobre os salários dos profissionais, entre outros pontos. Foi nos proposto então, que parte do grupo visitasse determinada área da Rocinha junto com o Agente de Saúde, que buscava novos cadastros. Como meu grupo ainda não havia feito visitas domiciliares, fomos escolhidos para seguir junto com o agente. O que vi lá, não pode ser expresso em palavras. Entramos em becos totalmente íngrimes, no qual subí-los era um verdadeiro esforço. O agente nos informou que todas as casas (com exceção das construidas pelo PAC, localizadas em uma área da Rua 4) foram construidas pelos próprios moradores. Será que estes mesmos moradores estão aptos a construírem casas em tamanho declive de maneira com que os habitantes da residência e também os moradores que habitam suas redondezas se mantenham de forma segura? O que vimos foi um grande aglomerado de casas, muitas em estado precário, ocupando becos sujos, escuros e úmidos. Há muito lixo acumulado e consequentemente, um mau cheiro muito forte. Há esgoto correndo a céu aberto ao lado de casas onde moram famílias que precisam conviver todos os dias com um esgoto propício a inundações e com grande quantidade de dejetos e outros materiais. Vi crianças correndo com os pés descalços dividindo o mesmo chão com ratos e baratas. Presenciei também pessoas armadas, algo muito natural neste outro "universo". Foi, de fato, uma experiência única em minha vida. Gostaria muito de voltar a Rocinha pois achei a visita de uma riqueza imensurável. O que vi também foi muito provocador, pois me colocou a pensar em diversas questões que estão ainda muito precárias no planejamento da saúde. De que adianta a implantação de UPAS, CAPS, Saúde da Família de uma estrutura exemplar se a fonte de diversas doenças continua em situação lastimável, principalmente no que diz respeito a falta de saneamento? Estamos falando da maior favela da América Latina com milhares de habitantes. Como pode um local desta grandeza viver em situações tão preocupantes? Não importa quantas clínicas sejam colocadas na comunidade, enquanto os moradores não puderem contar com condições de vida aceitáveis e HUMANAS, não haverá um bom quadro de saúde dentro do local. A missão é certamente de uma complexidade muito elevada, mas ainda assim, medidas precisam ser tomadas, caso contrário, não haverá saúde no local independente dequantas clínicas, UPAS ou CAPS estejam auxiliando a população.
A educação da população é outro pilar que mantém a saúde. Como vi em Manguinhos, o conjunto habitacional que estava sendo habitado e inaugurado há somente um ano já estava depredado e sujo em alguns pontos. Enquanto a população não tiver suporte para manter uma boa estrutura, os lugares estarão propícios a imprudência, trazendo junto dela, uma série de graves consequencias que afetam a saúde de toda a população. A saúde se mostra um campo realmente complexo e totalmente multidisciplinar, mas ainda assim não é impossível melhorarmos as condições de vida não só da população da Rocinha e de Manguinhos, mas sim generalizando a todos, com ESTRUTURAS para uma habitação digna, suporte (como já podemos contar com as unidades presentes no local) e EDUCAÇÃO.

Oficina de Postais - 25/01/11

Neste dia fomos até a prefeitura do Rio de Janeiro participar de uma oficina de postais. Os postais em questão tem como objetivo a promoção em saúde, passando importantes mensagens em postais coloridos e criativos. Já conhecia os postais desde o Congresso da Rede Unida, ocorrido em julho de 2010 em Porto Alegre, mas sem ter participado da oficina. A atividade deste dia envolveu dinâmicas e exercícios diferentes que acabaram nos entretendo e vencendo nosso cansaço.
Na primeira parte da manhã, nos apresentamos aos colegas de uma forma diferente, desenhando nosso 3X4 e escrevendo características nossas que não fossem óbvias, fazendo assim, sabermos mais curiosidades sobre nossos colegas e interagindo mais. Depois nos dividimos em duplas e cada dupla escolheu um postal e após analisá-los, passamos ao grande grupo o que o postal escolhido nos passou de mensagem. Os temas tratados nos postais eram os seguintes: medicalização, violência contra a mulher, respeito para com as outras religiões, união dos profissionais da saúde, respeito as diferenças étnicas, quebra de paradigmas e padrões em relação a cuidadores (papeis de pai/mãe),  união familiar, respeito as escolhas sexuais, entre outras.
Também assistimos a uma apresentação de slides falando um pouco mais sobre as questões de promoção em saúde. Foram nos apresentadas estratégias, exemplos e teorias de marketing como os famosos 4 P's: produto, praça, promoção e preço. Durante a apresentação, conversamos sobre diversos pontos importantes. Vimos que faltam ainda muitas políticas capazes de reduzir a vulnerabilidade da população. A Lei Seca, por exemplo, apesar de não ter a fiscalização da forma com que deveria, foi capaz de reduzir um significante número de acidentes. É necessário também comunicar-se de uma forma que o público-alvo entenda a mensagem, deixando de lado expressões clínicas, por exemplo. Em resumo, é totalmente necessário investirmos em políticas de promoção em saúde pois estas podem se mostrar eficientes na redução de uma série de quadros que podem ser evitados caso a informação seja colocada a todos de maneira correta, de preferência dinâmica, criativa e diferente.
Para finalizar, nos colocamos no papel de profissionais e escrevemos em papel pardo maneiras de promovermos os postais. Surgiram ideias como confeccionar as imagens em artesanatos, envia-los de forma gratuita, colocá-los em vitrais, entre outras. Foi um dia muito bom pois trabalhamos de uma forma agradável e divertida vendo algo tão importante que é a promoção em saúde.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

CAPS Rocinha - 24/01/11




Nesta segunda-feira fomos visitar o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) da Rocinha. Encontramos uma estrutura padronizada como as outras unidades que visitamos anteriormente. Há vários profissionais diferenciados como musicoterapeutas e oficineiros, além dos tradicionais médicos, assistentes sociais e psicólogos. Há espaços para realização de diversas atividades como oficina de artesanato, "salão" de beleza, oficina de pinturas, sala de tv (muito solicitada pelos usuários), etc. O ambiente acolhedor se reflete também na sala de consulta, que possui apenas uma mesa redonda e uma cadeira, passando a sensação de informalidade nas conversas que lá ocorrem. É realmente muito bom ver que a visão da saúde está se ampliando, colocando atividades como as que este CAPS propõe dentro das próprias unidades. Há também leitos noturnos, no qual os pacientes podem passar a noite quando for necessário, estando sob os cuidados dos profissionais. Estes leitos abrigam também pessoas eminentes a perderem suas casas ou que já as perderam. Estes leitos contém uma cama e um banheiro, permitindo privacidade e momentos de descanso ao usuário. Em conversa com um dos pacientes que circulavam pela clínica, este mesmo afirmou gostar muito do local e também que costuma escrever cartas como forma de entretenimento. Outra paciente que estava no refeitório nos disse algo realmente tocante: "aqui eu tenho carinho".



Um ponto que me chamou bastante atenção foi a realização de uma assambléia aberta, onde os usuários possuem voz para falar sobre o serviço, dando sugestões, opinando e também reclamando, se for o caso. É totalmente necessário este espaço pois assim o serviço será capaz de se ajustar conforme as necessidades da comunidade.



Após conhecermos os ambientes do CAPS tivemos uma conversa com o coordenador Thiago Piton. Entre os assuntos tratados foi discutida a necessidade de mais aberturas de CAPS 3 sendo a maioria dos CAPS cariocas, CAPS 2, totalizando entre todos o número 19. Discutimos também toda abrangência do CAPS em questão. Por se encontrar em uma comunidade onde há um significativo número de usuários de drogas, foi questionado se o local atendia a estes usuários. Foi nos dito que até poderiam atender a esta demanda, mas caso este uso não esteja associado a algum distúrbio mental, há unidades de CAPS AD no qual há maior especialização para lidar estes quadros. O que me chamou atenção negativamente na fala do coordenador foi o relato de que muitos profissionais da saúde sequer sabem sobre o que se trata o CAPS, mostrando cada vez mais que há muitos profissionais despreparados atuando no Sistema Único de Saúde.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Noite na Lapa = Choque Cultural

Aproveitamos a noite de sexta feira para conhecermos a famosa noite da Lapa. O que era pra ser uma noite divertida foi muito mais do que isso. Acabamos nos surpreendendo com a cultura local de uma forma muito positiva. Fomos a uma festa de hip hop onde haviam pessoas tanto da zona sul como da periferia. O que encontramos foram pessoas muito educadas e algumas delas tentaram até mesmo nos ensinar passos de dança. O clima era de paz e respeito e as diversidades em nenhum momento foram vistas de maneira preconceituosa. Esta vivência foi muito enriquecedora nos mostrando o quão importante são as vivências que passamos.

UPA Manguinhos e InfoSaúde: 21-01-11




A turma se dividiu em duas partes neste dia. A maior parte da turma se dirigiu a Fiocruz para uma atividade do InfoSaúde. Apenas uns 5 ou 6 alunos foram novamente para Manguinhos, mas dessa vez, conhecer a Clínica da Família Victor Valla, anexada junto a UPA. Eu estava entre estes poucos alunos que foram conhecer a Clínica. Em termos de estrutura, esta é semelhante a UPA e os serviços padronizados como os da Clínica Fernando Dohmann, embora não possua Academia Carioca. Também conhecemos o conjunto habitacional localizado na parte externa do terreno. Os moradores que lá vivem antes moravam em condições desumanas, tendo então direito a este novo lar, também obra do PAC. A inauguração do local é recente, ainda assim, já há partes já mal cuidadas e com mal cheiro. 



Na parte da tarde fomos até a Fiocruz dar continuidade a atividade do InfoSaúde. Como chegamos depois, acabei ficando sem computador, tendo dificuldades de acompanhar a aula. ANesta atividade foram nos dado dicas de procura de artigos e sites no qual podemos pesquisa-los sobre os mais diversos temas.

Visita a UPA de Manguinhos: 20-01-11

Nesta quinta-feira fomos até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Manguinhos e passamos a nos hospedar na região central do Rio, saindo assim da zona oeste. A experiência foi muito interessante para mim, pois esta UPA se localiza em um local arriscado do Rio de Janeiro, ao lado de uma favela que reuni diversos problemas relacionados a violência. É uma realidade da qual não estou acostumada e estar inserida dentro de um "outro mundo" foi sensacional. Parte do grupo que chega até a UPA são usuários de crack (a crackolândia fica próxima do local), inclusive, crianças. A realidade acaba se tornando uma provocação aos estudantes que se sentem instigados a mudar estas situações. De janeiro à novembro de 2010 a UPA atendeu 83.946 pacientes. Destaco entre estes números os 3.209 atendimentos de serviço social, tão necessário para uma comunidade que possui os problemas que Manguinhos apresenta.
Nesta UPA há uma ouvidoria interna que se preocupa em ouvir a comunidade, aceitando sugestões, reclamações e elogios. Além disso, há uma pesquisa que visa saber sobre a satisfação do cliente em relação ao seu atendimento no local. Este espaço é fundamental para que a UPA se ajuste conforme as necessidades dos usuários proporcionando um atendimento cada vez melhor e de acordo com os usuários. Conhecemos todos os espaços do local, que possui ambientes agradáveis, refrigerados e limpos, semelhante a Clínica Hans Jurgen Fernando Dohmann. Além da UPA conhecemos também uma biblioteca, obra do PAC, que fica na parte externa no terreno. Além de uma grande variedade de livros, a biblioteca possui computadores com internet para a comunidade, oficina de desenho, de fotografia e abriga importantes projetos sociais. É importante ter um espaço semelhante a este ao lado da favela, pois através desta assistência é possível educar e dar chances aos jovens que poderiam escolher os caminhos do crime por falta de oportunidade. O choque de realidades está sendo muito importante para a construção de nossas ideias e saberes.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Palestra sobre hanseníase: 19-01-11

Na parte da tarde nos dirigimos ao posto de saúde de Pedra de Guaratiba, para assistirmos uma palestra sobre hanseníase. A princípio, pensei que seria apenas mais uma palestra como outra qualquer, mas o fato de contar com a participaçãpo de um usuário tornou a palestra muito mais interessante. Pude questionar diretamente ao usuário sobre questões importantes, como por exemplo, o que ela achou do funcionamento do SUS. Durante a nossa conversa o preconceito apareceu como importante ponto, pois a mesma nos relatou que por conta de sua doença perdeu até mesmo seu emprego, não recebendo nenhum benefício posterior. A paciente sofreu muito com os sintomas da doença, tendo seu rosto deformado e perda da sensibilidade da córnea. Porém, o relato que mais me chamou atenção foi ouvir dela que o SUS trabalhou de forma positiva no auxílio de sua doença. Entretanto, o diagnóstico de Mal de Hansen só veio 8 meses depois de procurar  ajuda no Pronto Atendimento. O trabalho exercido pelo Posto pode ter sido realmente bom, conforme relato da paciente. Mas o SUS abrange todo o tipo de atendimento e deveria portanto focar em todas as esferas. De que adianta o posto realizar um bom atendimento e fornecer gratuitamente os remédios, se ainda existem áreas precárias com profissionais incapazes de diagnosticar uma doença como a hanseníase? A palestrante, formada em enfermagem, no dia da palestra por exemplo, trabalharia cerca de13 horas. Como exigir qualidade de um profissional que possui uma carga horária desproporcional? O Sistema de Saúde é delicado e necessita de um grande trabalho para funcionar de maneira eficaz. Ver estas situações na prática nos fazem refletir de como a saúde funciona e como deveria funcionar, nos provocando instigando a continuarmos a nos aprofundar nestas questões tão complexas. Este foi certamente mais um dia muito produtivo aonde vivênciamos a realidade do nosso sistema de saúde.

2º Visita a Clínica Fernando Dohmann 19-01-11

Na parte da manhã visitamos novamente a Clínica da Família Hans Jergen Fernando Dohmann com o intuito de utilizarmos o conhecimento obtido no dia anterior e realizarmos uma filmagem para nosso documentário. Meu grupo ficou responsável pela saúde da mulher. Gravamos parte de uma consulta, na qual a profissional de saúde fazia uma entrevista com a sua paciente. Infelizmente, não achamos mais pessoas a espera deste serviço. Ainda assim, procuramos conhecer um pouco mais sobre os usuários que estavam pelo local aguardando qualquer outro tipo de serviço. Foi assim que conheci uma usuária, Gisele, que fez questão de expor sua experiência e opinião no vídeo. Ela relatou que não era moradora da área de abrangencia da clínica e estava lá por ter sido encaminhada. De acordo com a mesma, o local no qual residia, Vilá Carioca, estava com a saúde abandonada, sem profissionais e sem nenhum tipo de recurso para atender a população, tendo que portanto, se deslocar até a clínica, que fica a uma grande distancia de sua residência. Fica então a dúvida: quem não tem condições de pegar um ônibus e se deslocar até um bairro distante, fica então sem acesso a saúde? Outro ponto importante que foi comentado foi que, de fato, a clínica possui uma estrutura muito boa e os serviços igualmente bons. Mas esta se situa em uma praia poluída, suja e sem saneamento adequado. Com isto podemos refletir o quão ampla e complexa é a questão da saúde. Uma clínica com estrutura e atendimento exemplar ainda não é suficiente para proporcionar a qualidade de vida que deveria ser dada a população. A conversa fluiu de maneira muito boa me agregou muito. Ouvir um usuário desta forma passa importantes aprendizados e nos faz ter um olhar mais próximo da realidade. É muito bom vermos que a saúde parece estar melhorando, disponibilizando para a população locais de mais qualidade para atendimento, mas ainda há muita coisa pra ser feita, pois não é toda a população que tem acesso a clínicas de qualidade como a Hans Jergen  Fernando Dohmann. Essa qualidade de atendimento atinge apenas uma fatia da população. É com certeza, um começo positivo, mas vale lembrar que ainda não é o suficiente e não devemos nos contentar enquanto todos nao tiverem um atendimento de qualidade como é legalemnte o direito da população.

Oficina de Vídeo: 18-01-11

Neste segundo dia de Ver-SUS, fomos até a Fiocruz para participarmos de uma oficina de vídeo junto com os profissionais Sérgio Brito, Neide Diniz e Pauliran Freitas. Foram nos passadas diversas dicas para a realização de um documentário. A Fiocruz disponibilizou aos discentes cerca de 12 camêras filmadoras para registrarmos os acontecimentos que julgamos pertinentes e em cima destes registros, montar um documento que mostre um pouco mais sobre o projeto Ver-SUS. O manuseio da câmera foi nos passado assim como um exercício de uma entrevista, usando como "cobaia" o professor Alcindo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Primeiro dia de Ver-SUS

No nosso primeiro dia de Ver-SUS visitamos a Clínica da Família Hans Jurgen Fernando Dohmann, situada na zona oeste do Rio de Janeiro. Logo na chegada, nos surpreendemos positivamente com o local. A Clínica possui uma estrutura moderna, diferente e muito confortável. Todas as salas possuem refrigeração e equipamentos modernos.



Entretando, o que mais me chamou a atenção foi a Academia Carioca. Conhecemos-a primeiramente na teoria, onde nos foi apresentado o funcionamento e o objetivo do programa. Desde de já me interessei, pois trata de uma academia situada em vários pontos do Rio de Janeiro, no qual os participantes se exercitam sempre com o acompanhamento de um profissional. O programa é aberto a toda comunidade, mas principalmente destinado a pessoas com sobrepeso, hipertensos e diabéticos. Em dezembro de 2010 o programa já contava com cerca de 3600 participantes, sempre apresentando uma significativa porcentagem de melhora entre estes.O que me chamou atenção foi a colocação desta academia dentro de uma Clínica, rompendo a imagem de um local onde o foco são as doenças. Ao invés disso, o espaço se torna um local que busca a saúde. Logo que nos foi apresentado as atividades propostas pela Academia Carioca, achei o programa de extrema importância. Mas o que realmente me fez "encantar" foi participar dele, vê-lo na prática! Mesmo com um calor de aproximadamente 40ºC, parte da turma se aventurou a seguir junto da turma em uma aula da academia. Os alunos, em sua maioria, eram idosos. Vê-los felizes e satisfeitos em terem a chance de praticar exercícios foi indescritível. Ouvir seus relatos de como a Academia Carioca os ajudavam, não apenas em sua saúde, mas em toda a sua vida, nos passou coisas que uma aula teórica jamais seria capaz de conseguir. Em conversa com um dos participantes do programa, este mesmo me relatou que tinha câncer. Ao perguntar como a Academia Carioca melhorava sua saúde, este senhor me respondeu que a Academia o fazia sentir mais vivo. Outra senhora me afirmou que não tinha nenhum problema de saúde, mas fazia questão de ir a academia para se sentir melhor. Comentou até de sua própria filha que com 30 anos não saía de casa para nenhum tipo de exercício e se encontrava depressiva, enquanto ela com seus 60 e poucos anos, esbanjava saúde e felicidade. Enfim, em nosso primeiro dia de Ver-SUS já começamos a sentir o significado de VIVÊNCIA. O dia terminou com a sensação de total proveito, aumentando ainda mais minhas expectativas pelos dias que estão pela frente.