segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Palestra sobre hanseníase: 19-01-11

Na parte da tarde nos dirigimos ao posto de saúde de Pedra de Guaratiba, para assistirmos uma palestra sobre hanseníase. A princípio, pensei que seria apenas mais uma palestra como outra qualquer, mas o fato de contar com a participaçãpo de um usuário tornou a palestra muito mais interessante. Pude questionar diretamente ao usuário sobre questões importantes, como por exemplo, o que ela achou do funcionamento do SUS. Durante a nossa conversa o preconceito apareceu como importante ponto, pois a mesma nos relatou que por conta de sua doença perdeu até mesmo seu emprego, não recebendo nenhum benefício posterior. A paciente sofreu muito com os sintomas da doença, tendo seu rosto deformado e perda da sensibilidade da córnea. Porém, o relato que mais me chamou atenção foi ouvir dela que o SUS trabalhou de forma positiva no auxílio de sua doença. Entretanto, o diagnóstico de Mal de Hansen só veio 8 meses depois de procurar  ajuda no Pronto Atendimento. O trabalho exercido pelo Posto pode ter sido realmente bom, conforme relato da paciente. Mas o SUS abrange todo o tipo de atendimento e deveria portanto focar em todas as esferas. De que adianta o posto realizar um bom atendimento e fornecer gratuitamente os remédios, se ainda existem áreas precárias com profissionais incapazes de diagnosticar uma doença como a hanseníase? A palestrante, formada em enfermagem, no dia da palestra por exemplo, trabalharia cerca de13 horas. Como exigir qualidade de um profissional que possui uma carga horária desproporcional? O Sistema de Saúde é delicado e necessita de um grande trabalho para funcionar de maneira eficaz. Ver estas situações na prática nos fazem refletir de como a saúde funciona e como deveria funcionar, nos provocando instigando a continuarmos a nos aprofundar nestas questões tão complexas. Este foi certamente mais um dia muito produtivo aonde vivênciamos a realidade do nosso sistema de saúde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário